Rua Francisco Agra
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Rua Francisco Agra R. Francisco Agra, 4800 Guimarães |
A Rua Francisco Agra é uma rua de traçado medieval, localizada mesmo ao lado do Centro Histórico de Guimarães. É conhecida pelos locais como Rua de Santa Luzia, devido à localização da Capela dedicada a Santa Luzia.
A cada ano, no dia 13 de dezembro, celebra-se a Festa de Santa Luzia. A festividade contempla um momento de oração e de cumprimento de promessas dos devotos, que entram na pequena capela, pegam na bandeja de madeira com dois olhos em relevo e fixam nela o olhar pedindo proteção para os olhos.
A Festa é, igualmente, conhecida como a Festa das Passarinhas ou dos Sardões. Uma das particularidades da Festa de Santa Luzia é a venda de diversas figuras feitas numa massa de centeio ou trigo, revestidas a açúcar e enfeitadas com papel, das quais se destacam as figuras das passarinhas e os sardões. São estas figuras que os namorados, ou pretendentes a namorados, trocam entre si nesse dia. Este ritual faz a aproximação entre os apaixonados e pretende confirmar se o amor do rapaz é correspondido. Para tal, à entrega do sardão pelo rapaz, deverá corresponder a entrega da passarinha pela rapariga. Trata-se de uma tradição de forte enraizamento popular cujas origens se perdem no tempo.
Em frente à Capela, vê-se a Casa de Agra. Ali viveu Francisco Ribeiro Martins da Costa, conhecido como Francisco Agra, nasceu a 3 de Julho de 1835, sendo dois anos mais novo do que o Arqueólogo Martins Sarmento e, por conseguinte, seu contemporâneo e amigo. Matriculou-se em 1852 no 1º ano de filosofia e matemática na Universidade de Coimbra, sendo afastado da frequência das aulas por uma doença que o proibiu de continuar.
A Casa de Agra foi local de frequência obrigatória dos influentes políticos locais, regionais e nacionais, tendo nela pernoitado o presidente Marechal Carmona quando da sua visita a Guimarães.
Francisco Agra atinge grande notoriedade ao projetar o Banco de Guimarães, em 1872, como instituição de créditos excecionais em todo o Norte. Construiu a residência a condizer com o seu estatuto de capitalista, monárquico e, sobretudo político influente. Foi assassinado em 26 de Junho de 1901 e deu muito que falar nos jornais da época, encontrando-se relatado na coleção de Sousa Costa “Grandes Dramas Judiciais”. Este famoso caso judicial trouxe a Guimarães aquele que seria o futuro Presidente da República Portuguesa - Afonso Costa.
A Casa é atualmente de uma associação, que ali se instalou em 1976 – o Círculo de Arte e Recreio, e que promove aulas de teatro, música e xadrez. A Associação realiza anualmente uma representação popular ao ar livre, no sábado véspera de Domingo de Páscoa - a "Queima do Judas".
Na lateral da Casa de Agra vemos uma escadaria – a Rua do Picoto, com pequenas casas de granito, caraterísticas dos pequenos bairros de Guimarães.
No cimo, encontra-se a Capela do Picoto, dedicada ao Senhor dos Aflitos. No séc. XVIII os devotos realizavam, por altura dos Santos (novembro), uma Romagem à capela, entoando ladaínhas.
Foram diversas as instituições e serviços que se instalaram nesta rua, ao longo dos tempos, sendo de referir a Escola Primária de Santa Luzia, Delegação Escolar, a Escola de Ensino Artístico “Árvore”, o Posto central dos Correios, entre outros.
Hoje a rua mantém a sua vivência quotidiana, com as residências familiares e algumas lojas: a loja da fruta, o eletricista, o alfarrabista, entre outros.
R. Francisco Agra, 4800 Guimarães
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