Museus e Sítios Arqueológicos
Se gosta de museus, Guimarães oferece, em dois dias, uma viagem única no tempo: do berço da nação à arqueologia castreja, passando pela ciência e pela arte contemporânea. Uma experiência que une tradição, identidade e inovação, convidando-o a descobrir a cidade onde a história ganha vida. Aceita o convite?
Dia 1 – Uma viagem às origens
Comece a visita no Castelo de Guimarães, este castelo medieval é muito mais do que uma fortaleza de pedra — é o símbolo do nascimento de uma nação. As muralhas centenárias, a imponente torre de menagem, torres vigilantes e vistas deslumbrantes sobre a cidade e o verde envolvente, o Castelo convida a uma viagem no tempo no centro interpretativo que revela histórias de reis, batalhas e lendas fundadoras.
O percurso segue para o Paço dos Duques de Bragança. Nos seus amplos salões nobres vemos tapeçarias flamengas, mobiliário imponente, armas e cerâmicas, que recriam o ambiente de um palácio senhorial do século XV.
Próximo da Estátua de D. Afonso Henriques, avista-se o antigo Convento de Santo António dos Capuchos, edifício do séc. XVII que oferece uma experiência museológica singular. Aqui, o visitante percorre claustros, capelas e espaços conventuais cuidadosamente preservados, conhecendo a história dos frades capuchos, o quotidiano religioso e a arte sacra que marca a devoção e o silêncio do local.
Já no centro histórico, em pleno coração da cidade, encontra o Museu de Alberto Sampaio que abre as portas para a arte sacra. Entre as peças mais emblemáticas estão o cálice de D. Sancho I, o retábulo gótico da Natividade e o lendário loudel usado por D. João I em Aljubarrota.
Sugestão: o almoço pode ser apreciado nas esplanadas do centro histórico, onde se descobrem os sabores da gastronomia local, acompanhados por um copo de vinho verde produzido na região.
Depois do almoço, siga para a Casa da Memória, onde a história de Guimarães se conta através de objetos, documentos e testemunhos, ligando passado e presente da cidade.
O roteiro segue para a Zona de Couros, onde a antiga Fábrica Âncora deu lugar ao Curtir Ciência. Aqui, a visita é feita através de experiências interativas de robótica, engenharia e eletrónica, num espaço pensado para todas as idades.
O dia termina no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). Entre arte contemporânea e coleções africanas, pré-colombianas e chinesas, sentimos como culturas distantes dialogam com o presente, num espaço premiado e surpreendente
Sugestão: subir ao Santuário da Penha para contemplar o pôr do sol sobre a cidade e encerrar a experiência com uma vista inesquecível.
Dia 2 – Arqueologia e paisagens
Começamos no centro da cidade no Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento, um dos mais antigos do país. O espólio reúne peças da Idade do Ferro, como o carro votivo de Vilela, e esculturas de guerreiros galaico-lusitanos, num cenário único de claustros góticos.
Finda a visita, pegue no seu carro e apenas 7 km de Guimarães, junto ao Rio Ave, encontra-se a pitoresca Vila de Caldas das Taipas. Aproveite para visitar esta vila Termal com história que remonta à época romana e já agora faça uma pausa para o almoço, pois a tarde será dedicada aos castros.
Depois do belo repasto, siga em direção à Citânia de Briteiros um dos mais notáveis povoados proto-históricos da Península Ibérica. Entre muralhas, casas circulares, ruas lajeadas e antigas termas, descobre-se uma das primeiras formas de cidade no Noroeste.
Segue-se a visita ao Museu da Cultura Castreja, instalado no Solar da Ponte. Aqui, evocamos a vida do arqueólogo Martins Sarmento e vemos objetos encontrados nas suas escavações: cerâmicas, esculturas e adornos que revelam o quotidiano das comunidades castrejas
No final do dia, a jornada termina no Castro de Sabroso, mais recatado, mas impressionante pelas muralhas monumentais em granito e pelas habitações circulares. Um lugar tranquilo, que convida à contemplação e ao imaginário das comunidades da Idade do Ferro.
Sugestão: termine o dia com uma prova de vinhos numa das quintas de enoturismo próximas, apreciando os vinhos verdes da região e brindando à história e cultura de Guimarães.
Em dois dias, Guimarães revela-se como um verdadeiro livro aberto de História: das raízes castrejas ao nascimento da nação, da arte sacra à contemporaneidade, sempre acompanhada por sabores e tradições locais.