Largo da Oliveira
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Largo da Oliveira |
O burgo de Guimarães cresceu em torno do Largo da Oliveira, antigamente conhecido como a Praça Maior.
A Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira impõe-se no Largo e teve origem no mosteiro criado pela Condessa Mumadona Dias na primeira metade do séc. X. Era um mosteiro duplex, porque acolhia monges e monjas, tendo sido aqui que a Condessa se recolheu nos últimos dias da sua vida.
A igreja foi sofrendo diversas intervenções de conservação e restauro ao longo dos séculos, que lhe deram a configuração que hoje vemos. Em 1387, no cumprimento de um voto feito antes da Batalha de Aljubarrota, o Rei D. João I remodelou por completo o antigo núcleo conventual, investindo na construção da nova igreja. A obra foi entregue a Mestre João Garcia de Toledo, que concebeu o edifício com base em modelos da arquitetura gótica. A Torre da Igreja tem construção posterior, no séc. XVI com caraterísticas decorativas do estilo manuelino (rei D. Manuel I).
Na lateral direita da Torre, podemos ver o antigo sistema de alarme do Centro Histórico, datado do séc. XIX. Na tampa pode ser encontrada a gravação dos números das estações, a que corresponde uma área específica da cidade e que eram do conhecimento geral da população.
A caixa, fechada à chave, tinha no seu interior um puxador ligado ao sino da torre, estando sob a responsabilidade de uma pessoa, e a sua utilização indevida, ou falta de acionamento em caso de emergência, acarretava multas pesadas. O sino tocava o número correspondente à estação onde ocorria a emergência, normalmente incêndios, o que permitia à população acorrer imediatamente ao local. O sino somente se calava após a resolução da dita emergência.
Podemos encontrar outras caixas com esta funcionalidade, colocadas nas laterais de outras igrejas da cidade.
Num gaveto ao lado da Torre, que conflui com a Rua de Santa Maria, vemos um gradeamento com uma pequena capela – a Capela de S. Nicolau, santo padroeiro dos estudantes de Guimarães.
A primitiva Capela de S. Nicolau foi construída em 1663. Na década de 50 do séc. XX, próximo à sacristia da Igreja da Colegiada, deparava com uma ampla capela de construção e abóbada granítica, confinada por larga grade de ferro forjado, um altar trabalhado com a imagem do Santo. Era uma capela autónoma, com mais de 300 anos.
Em 1970, numa renovação polémica da Igreja, a capela foi desmantelada, no entanto, as pedras foram guardadas e conservadas. Em 1998, os Nicolinos, com a ajuda de diversas entidades e da Câmara Municipal de Guimarães, levaram avante a reconstrução da Capela.
O Santo dá nome às festas organizadas pelos estudantes do Ensino Secundário de Guimarães - Festas Nicolinas, que ocorrem anualmente de 29 de novembro a 7 de dezembro.
No outro lado fachada da Igreja da Oliveira, vê-se um pequeno portão gradeado - o Claustro do Museu de Alberto Sampaio. O museu, instalado em parte no claustro do antigo Mosteiro, abriu ao público em 1928. Destacam-se as coleções de ourivesaria, escultura e pintura, bem como peças icónicas originais, ligadas a momentos da história de Portugal.
À frente da Igreja, vemos um monumento singular: o Padrão do Salado. Um alpendre gótico erigido num lugar de grande centralidade. Terá sido mandado construir para comemorar a vitória obtida pelo rei D. Afonso IV na batalha do Salado, em 1340.
- O Padrão alberga no centro um cruzeiro com Cristo crucificado numa das faces e na outra face Nossa Senhora. O Cruzeiro foi oferecido por Pero Esteves, um negociante vimaranense que, segundo a lenda, o terá trazido da Normandia. Pela sua forma e arquitetura únicas, é um dos monumentos mais fotografados de Guimarães.
Logo ali ao lado, vemos a árvore que se identifica com o nome do Largo – uma Oliveira.
Conta a lenda da Nossa Senhora da Oliveira, que neste Largo, no séc. XIV, existia uma oliveira trazida de S. Torcato (uma vila nas proximidades). A oliveira, entretanto, terá secado, assim permanecendo, até que, em 1342, foi colocada junto a ela uma cruz (a mesma que se encontra agora no centro do Padrão do Salado). Três dias depois, a oliveira reverdece, com novos rebentos. Os habitantes de Guimarães atribuíram esse facto a um milagre de Nossa Senhora da Vitória que, desde então, passou a ser chamada de Nossa Senhora da Oliveira.
A “oliveira do milagre” permaneceu na praça aproximadamente até 1870, data em que foi removida. Todavia, em 1985, aquando do último restauro da praça, uma Oliveira voltou a ocupar o lugar da árvore original. No polígono de pedra que a envolve, encontram-se assinaladas as três datas mais importantes da sua história: 1342, 1870 e 1985.
O brasão de armas de Guimarães tem como figura central a imagem de Nossa Senhora da Oliveira com o menino, vestida de vermelho e com um manto azul, todo brocado a ouro, coroas de ouro perfiladas a negro, sobre dois ramos de oliveira a verde, frutados a negro.
No lado norte do Largo, fica localizado o edifício dos Antigos Paços do Concelho, construção do séc. XIV, no reinado de D. João I, tendo sido alvo de uma profunda remodelação no séc. XVII pelo arquiteto João Lopes Amorim.
Aqui funcionou a primeira biblioteca de leitura pública da Fundação Calouste Gulbenkian em Guimarães, inaugurada a 3 de outubro de 1966, em regime de leitura local e domiciliária.
No topo exterior da fachada, como que a vigiar o Largo, vemos uma estátua com duas caras. Este personagem, que dizem simbolizar o vimaranense, é muitas vezes associada aos habitantes de Guimarães como gente de "duas caras", ou seja, desonestos.
Na verdade, esta estátua representa as duas frentes de batalha, que ocorreu em Ceuta (Norte de África), em 1415, em que numa frente estava o povo de Guimarães e na outra frente, o povo de Barcelos. Segundo reza a história, os vimaranenses cumpriram a sua missão e, devido à falta de coragem do povo de Barcelos, o povo de Guimarães teria também dado apoio ou "a cara" pelos deveres que diziam respeito aos de Barcelos. Como consequência, o Rei castigou o povo de Barcelos, condenando dois vereadores à tarefa de varrer as ruas de Guimarães em vésperas de dias festivos, devendo fazer-se acompanhar por uma vassoura, usar um barrete vermelho e ter um pé descalço. Este castigo vigorou até finais do séc. XVI.
O Largo da Oliveira é atualmente um espaço de encontro de locais e visitantes, aberto e acolhedor, local aprazível para uma pausa com café ou uma refeição numa das esplanadas, apreciando os monumentos e o casario com fachadas de construção tradicional e varandas ornamentadas com floreiras coloridas.
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