D. João I
-
Início
-
Descobrir
-
Personagens históricas
- D. João I
- D. João I também conhecido como o Mestre de Avis, foi o primeiro rei da dinastia de Avis e figura central na afirmação da independência de Portugal no final do século XIV.
- O seu reinado, iniciado em 1385, marcou uma viragem decisiva na consolidação do poder régio, na reorganização do Estado e na projeção de Portugal como potência emergente no contexto europeu. Para além do seu papel determinante na política nacional, D. João I manteve uma relação significativa com a cidade de Guimarães, que se destacou pelo apoio prestado durante o período da crise de 1383-1385.
- Filho ilegítimo do rei D. Pedro I e de Teresa Lourenço, D. João foi nomeado Mestre da Ordem de Avis ainda em jovem. Após a morte de D. Fernando I, sem herdeiro varão legítimo, Portugal entrou num período de instabilidade dinástica, com o risco iminente de união com Castela através do casamento de D. Beatriz, filha de D. Fernando, com o rei castelhano D. João I de Castela.
- A resistência ao domínio castelhano deu origem à Crise de 1383-1385, na qual D. João se destacou como líder da causa nacionalista. A sua aclamação como rei nas Cortes de Coimbra, em 6 de abril de 1385, foi legitimada pouco depois pela vitória na Batalha de Aljubarrota (14 de agosto de 1385), onde, com o apoio de Nuno Álvares Pereira, derrotou de forma decisiva o exército castelhano.
- O casamento com D. Filipa de Lencastre, em 1387, selou uma importante aliança com Inglaterra, consolidada pelo Tratado de Windsor (1386), que ainda hoje é recordado como uma das mais antigas alianças diplomáticas em vigor.
- Desta união nasceram os infantes da chamada Ínclita Geração, entre os quais se destacou o Infante D. Henrique, figura-chave na expansão marítima portuguesa. D. João I apoiou e promoveu as primeiras incursões atlânticas, nomeadamente a conquista de Ceuta, em 1415, que marca simbolicamente o início da Era dos Descobrimentos.
- Foi durante a crise de 1383-1385 que D. João ficou particularmente ligado a esta Vila, palco de vários episódios marcantes para a História de Portugal.
- Nesta que é uma das principais salas do Museu está exposto um conjunto de peças relacionadas com a batalha de Aljubarrota, travada a 14 de Agosto de 1385 entre o rei D. João I de Portugal e o rei D. João I de Castela, e que foi decisiva para a consolidação da independência nacional.
- O rei D. João I tinha uma especial devoção a Santa Maria de Guimarães, que hoje conhecemos como Nossa Senhora da Oliveira. Foi a esta Santa que D. João I pediu proteção divina, ainda antes da batalha de Aljubarrota. E foi a ela que, mais tarde, veio agradecer o ter vencido tão decisiva batalha.
- Para além das suas armas, D. João I ofereceu–Lhe o Loudel que envergava na refrega e o Tríptico de prata dourada que representa o nascimento do Menino Jesus. A D. João I se deve, também, o renovado templo de Santa Maria de Guimarães, cujas inscrições comemorativas, da fundação e da sagração, aqui se podem observar.
- Decidiu construir o seu Panteão no Mosteiro da Batalha, onde ainda hoje repousam os seus restos mortais, ao lado dos da sua esposa, que primeiro tinha sido sepultada em Odivelas e só em 1416 foi transladada para a Capela do Fundador.
Fontes bibliográficas:
COELHO, A. H. de Oliveira. D. João I. Lisboa: Círculo de Leitores, 1995.
SARAIVA, José Hermano. História Concisa de Portugal. Lisboa: Publicações Europa-América, 2001.
MATTOSO, José. História de Portugal – A Monarquia Feudal (1096–1480). Lisboa: Editorial Estampa, 1993.
MARQUES, A. H. de Oliveira. História de Portugal – Volume II. Lisboa: Palas Editores, 1986.
LOPES Fernão Crónica de D. João I. Ed. Luís F. Lindley Cintra. Lisboa: IN-CM, 1983.
ROLO, Fernando. Guimarães na Crise de 1383-1385. Revista de Guimarães, vol. 112, 2002.