Conde D. Henrique

• Henrique de Borgonha nasce perto de Dijon em 1066 e pertence à família ducal de Borgonha, no reino de França. Não sendo o primogénito da sua família – Henrique é apenas o 4° filho - tem poucas possibilidades de um dia vir a reinar. No entanto, a situação política na Europa é bastante crítica devido à progressão, e estabelecimento, dos Mouros quer na Península Ibérica, quer pouco mais a cima dos Pirenéus.
• D. Henrique de Borgonha, nobre cavaleiro e distinto fidalgo francês, descendente dos reis de França, decide deslocar-se até ao reino de Leão e Castela para oferecer os seus serviços ao rei D. Afonso VI. Nos serviços que presta ajuda a conquistar o reino de Castela, região já bastante importante na criação de um reino mais amplo que hoje conhecemos como o Reino de Espanha.
• D. Afonso VI decide de agradecer a Henrique de Borgonha com duas prendas muito especiais. Oferece-lhe a mão de sua filha, ilegítima, D. Teresa de Leão mas também os territórios do Minho até ao Tejo, onde inclui o futuro Condado Portucalense.
• Casou com D. Teresa de Aragão, filha de D. Afonso VI e de Ximena Nunes. Deste casamento nasceram quatro filhos, dos quais apenas um era varão; este chamava-se Afonso Henriques, a quem a Providencia havia predestinado para ser o 1º rei, o grande fundador do Reino de Portugal.
• Governou com muito tino e acerto, e a sua maior ambição era tornar o seu Condado um reino independente, o que nunca pôde conseguir. Exaltado por uma ardente fé religiosa, algumas vezes esteve ausente das suas terras – que tinham por capital a cidade de Guimarães – em viagens e peregrinações a Santiago de Compostela e à Terra Santa.
• Morreu em Astorga (1112) e o seu corpo será então sepultado em Espanha. A sua morte provoca uma certa emoção pelos territórios do Minho até ao Tejo devido à sua “bondade” e atenção que dava aos seus “súbditos”.
• Alguns anos mais tarde é trasladado para a capital religiosa de Portugal: Braga e sepultado numa capela da Sé, onde ainda permanece hoje. Não na mesma capela, mas na capela-mor, a mando de D. Diogo de Sousa, o arcebispo de Braga, em 1512, no tempo de D. Manuel I.
• Após a sua morte quem assume as rédeas do poder é a sua esposa D. Teresa devido ao facto que o futuro D. Afonso Henriques ter apenas três anos. 

Fontes bibliográficas:

MENDONÇA, Manuel (coord.), História dos Reis de Portugal: Da Fundação à perda da Independência, Lisboa, Academia Portuguesa de História e Quidnovi, 2010

RODRIGUES, António Henrique – Os Borgonheses e a Península Ibérica: Estratégias Nobiliárquicas na Alta Idade Média. Lisboa: Imprensa Nacional, 2004.

VIEIRA, António – Portugal na Idade Média: Condados, Reis e Nobreza (1096–1248). Coimbra: Almedina, 1999.