Durante milénios, o linho foi uma fibra têxtil por excelência, destinado à confeção de roupas caseiras e outro vestuário, não só em Portugal, mas em toda a zona mediterrânea e do Extremo Oriente, onde se pensa que teve a sua origem e começou a ser cultivado há milhares de anos.
Em Portugal, a produção de Linho está comprovada pela existência de diversos vestígios, desde a pré-história. O arqueólogo vimaranense Martins Sarmento refere ter encontrado dúzias de “fusaiolas” económicas nas escavações que levou a cabo na Citânia de Briteiros e no Castro de Sabroso, em Guimarães.
Guimarães manteve a qualidade do seu linho sempre elevada, ao longo dos séculos, apesar dos métodos primitivos de produção que perduraram até aos nossos dias. A importância desta planta refletiu-se até no pagamento das rendas, que podia ser feito por duas vias: linho em molhas de fibras ou linho já tecido.
Cada família semeava o seu campo de linho, tinha as sua rocas e os seus fusos e, num canto da casa, um tear em madeira para satisfazer as suas necessidades.
Atualmente apenas existe um local de cultivo em Guimarães, na Rua da Corredoura em S. Torcato. Neste local a produção permanece exatamente igual há existente há vários séculos atrás, com os mesmos processos e o mesmo ritual, transmitido de pais para filhos, numa sequência de gerações que se perderam no tempo. A única alteração introduzida encontra-se no processo de urdidura da teia, que passou a ser feita, na sua maior parte, em algodão.