Rua de Santa Maria
Percorrer a pé o Centro Histórico repleto de ruas e vielas é sinónimo de imergir na história a cada recanto. Exemplo disso mesmo é a Rua de Santa Maria, de origem medieval, e uma das mais antigas ruas de Guimarães, a qual teve um papel de relevo, pelo facto do seu traçado ter servido como via de comunicação entre a Vila do Castelo e a Vila do Mosteiro.
Foi habitada durante séculos por nobres e clérigos, tornando-a numa rua de elite na época medieval.
A rua é completamente pedonal, pelo que pode caminhar calmamente e fotografar as fachadas das casas brasonadas, as varandas de ferro forjado e as varandas de sacada e de madeira trabalhada, decoradas com vasos, entre muitos outros pormenores.
Nas pequenas confeitarias da rua pode provar os doces conventuais artesanais e fazer compras nas diversas lojas de artesanato que vão surgindo pelo caminho.
A Rua de Santa Maria possui alguns edifícios de destaque, como é exemplo, o antigo Convento de Santa Clara, um dos mais ricos conventos de Guimarães. Instituído no século XVI pelo Cónego Mestre Escola da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, Baltasar de Andrade, e que hoje alberga a Câmara Municipal.
No seu interior escondem-se belíssimos claustros e jardins, mas é na fachada de estilo barroco, que nos perdemos, nos detalhes soberbos, trabalhados em granito e que nos conduzem à imagem central, a escultura de Santa Clara.
Foi neste convento que as hábeis freiras clarissas se dedicavam à confeção dos doces conventuais de Guimarães: o Toucinho do Céu e as Tortas de Guimarães, ao mesmo tempo que juravam distância das tentações terrenas para melhor servirem a Deus.
O segredo destas receitas passou de geração em geração para um par de famílias de Guimarães, que ainda hoje os confecionam e que fazem as delícias dos apreciadores de doçaria artesanal conventual.
Em frente ao Convento, encontramos a Biblioteca Municipal Raúl Brandão, um edifício do séc. XIX, antiga propriedade de famílias vimaranenses abastadas.
Continuando a rua, vemos a Casa do Arco, uma das casas mais fotografadas, cujo início de construção remonta aos finais do século XIII. Nela viveram várias famílias ilustres e por lá passaram vários personagens, como o rei D. Manuel I e o príncipe D. Miguel e o pintor Auguste Roquemont.
Mais ao fundo da rua avistamos um vitral da Igreja Colegiada Nossa Senhora da Oliveira.
